As memória de Camilo Pessanha estão em exposição na Fundação Museu Oriente, em Lisboa, desde 12 de outubro até 19 de novembro de 2017.
“Ligado ao simbolismo, a sua poesia é constituída com imagens oníricas, valores de luz e cor, ritmos e cambiantes de atmosferas, num processo paralelo à colagem, que, como pintor, me interessa.”
Victor Belém, sobre a obra de Camilo Pessanha
No ano em que se comemoram os 150 anos do nascimento de Camilo Pessanha [1867 – 1926], o Museu do Oriente apresenta um conjunto de 24 foto-ficções da autoria do artista plástico Victor Belém [1938 – 2015] sobre o imaginário da vida e obra do poeta.
Estas foto-ficções fazem parte do Ciclo dos Poetas que Victor Belém iniciou em 1984 – altura em que retomou a utilização de transparências fotográficas – e ilustra as várias fases da vida de Camilo Pessanha desde a juventude: a partida para Macau, o seu amor por Ana de Castro Osório e o tema do ópio e da morte.
O fascínio de Víctor Belém pela literatura e, em particular, pela poesia de Camilo Pessanha resultou num conjunto de foto-ficções em que recorre à sobreposição de diversas transparências, privilegiando texturas, valores de luz e ambientes oníricos, e cujos títulos correspondem a obras do poeta. O conjunto de obras agora expostas foi doado à Fundação Oriente em duas fases: em 2013 pelo artista e em 2016 pelo seu filho, Mário Pardal Monteiro Belém.
A exposição integra ainda duas dezenas de peças em porcelana chinesa, álbuns de pintura e frascos de rapé, elementos da colecção doada por Camilo Pessanha ao Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, e que se encontram em depósito no Museu do Oriente.
O Museu do Oriente associa-se assim às comemorações dos 150 anos do nascimento de Camilo Pessanha, a par das iniciativas que terão lugar na Sociedade de Geografia de Lisboa e no Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra.
Victor Belém [1938 – 2015]
Iniciou-se nas artes plásticas em 1956, tendo-se formado na Escola António Arroio, em Lisboa. Entre 1961 e 1963 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, sob orientação do pintor Júlio Pomar.
Destacou-se pela sua modernidade e irreverência, primeiro como artista plástico e mais tarde com trabalhos de fotografia ficcionada. Expôs pela primeira vez em 1958, tendo feito um percurso pródigo em exposições individuais e participações em exposições colectivas.
Camilo Pessanha [Coimbra, 1867 – Macau, 1926]
Nascido em Coimbra, licenciou-se em Direito em 1891. Três anos depois partiu para Macau, onde deu aulas de Filosofia. Desde a sua chegada que se interessou pela arte e cultura chinesa, começando a coleccionar objectos de arte chinesa. A civilização chinesa atraía-o pelo seu exotismo e beleza. Ao longo de duas décadas Camilo Pessanha reuniu uma vasta colecção de objectos como rolos e álbuns de pintura e caligrafia, têxteis bordados, porcelanas, pratas, leques, esculturas e frascos de rapé, entre outros, com um horizonte cronológico que vai desde o século II a.C até finais do século XIX.
Informações úteis:
Entrada:
0-5 anos: Gratuito
6-12 anos: € 2,00
Adultos: € 6,00
Mais de 65 anos: € 3,50
Estudantes: € 2,50
Família (dois adultos com três menores de 18 anos): € 14,00
Sexta-feira das 18.00 às 22.00: Entrada gratuita
Horários:
Terça-feira a domingo das 10h00 às 18h00
Sexta-feira das 10h00 às 22h00 (entrada gratuita das 18h00 às 22h00)
Encerrado à Segunda-feira, 1 de Janeiro e 25 de Dezembro
Morada:
Avenida Brasília, Doca de Alcântara (Norte), 1350-352 Lisboa
Transportes:
Autocarros 12 – 28 – 714 – 738 – 742
Eléctricos 15E – 18E
Comboios
Linha de Cascais (Estação de Alcântara) *
Linha da Azambuja (Alcântara-Terra)
* Na estação de Alcântara existe uma passagem subterrânea para peões com saída junto ao Museu.