A visita à exposição de Eva Navarro teve uma volta inesperada. Uma visita por conveniência do que aparentavam ser pinturas sem surpresas, tornou-se numa nova admiração.
Confesso que pelas imagens que vi (em versão digital), não era uma exposição a visitar, mas depois de “tropeçar” na galeria a caminho do Museu Berardo não podia não entrar na Arte Periférica.
Há algo inegável, as cores e o tamanho das pinturas afrontam-nos e agarram-nos assim que entramos. Telas que ao início parecem simples e quase nuas, de perto transformam-se em complexos momentos que viajam nos círculos de cor que saltitam nas composições de Eva.
Fiquei agarrada aos detalhes, à simplicidade, começando logo pela pintura da entrada – Me voy sin hacer ruido de 2014 -, sem desfazer no resto da pintura, mas fixei no realismo das calças de ganga, aliás, colei a cara à tela para poder apreciar o detalhe.
Num outro exemplo, em Hace un dia precioso, de 2016, destaco o sentimento geral, a calma que a imensidade da tela passa, o jogo das cores, os passeios de bicicleta que parecem saídos de um portal de universos paralelos.
As pinturas não variam em muito, o tamanho da tela, as personagens e a palete de cores vão alterando, enquanto que a perspetiva, o sentimento de isolamento geral e o estilo de fundo se mantêm consistentes.
Em resumo, são telas repletas de cores vivas cujo sentimento geral da composição é de espaço e tranquilidade.
A exposição pode ser visitada até 9 de dezembro de 2016 na galeria Arte Periférica em Lisboa.
Mais sobre a artista:
I love it, Anne Gold
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