Porque depois de todo o processo do artista há o processo do espectador.
Em todo o processo do mundo artístico existem expectativas, vamos (para o efeito) considerar que o processo começa com o curador. É com o curador que começa a exposição, o curador é quem procura o universo estético e simbólico relacionados com o tema que procura representar. Do curador é esperado a consistência, uma razão para a exposição.
Antes de chegarem os artistas existe ainda o espaço, deste é esperado uma acomodação das obras/tema que vai receber, é esperado do espaço (em conjunto com o curador) que o espectador seja envolvido no ambiente da exposição, engolido pelo contexto.
Depois há os artistas. Esta fase da exposição pode variar de acordo com as intenções do curador e com o tipo de exposição, nas exposições individuais o artista pode fazer desde retrospetivas a todo o seu trabalho ou pode responder a um tema/altura especifica da sua carreira. Já numa exposição coletiva, o artista vai adaptar o seu estilo e trabalho ao tema proposto. Por outras palavras, podemos considerar o artista como o porta voz de uma interpretação de um tema.
Portanto, se a exposição pretende ser o ponto de encontro entre a criação artística e a receção do público, no final de contas irá resultar na potencialização do trabalho artístico.
Depois de tudo isto, vem o espectador, e com os espectadores variam as experiências. Os curadores e artistas estão envolvidos na exposição, já estão familiarizados com o tema, já acomodaram a vista e as perspetivas e já estão em sintonia com todo o contexto expositivo. Já o espectador chega de bagagem diferente, sabendo pouco mais do que o título da exposição, talvez o tema e talvez a fama que a trouxe ao mundo – dos artistas, curadores, do espaço.
Por fim, depois de todo o processo restam as reações e as opiniões. Mais do que gostar ou não gostar, mais do que fazer ligações e dar referências. Considero importante perceber o que a exposição nos trouxe e nos deu. O que nos fez ver em nós e no mundo.